sábado, 21 de setembro de 2013

O Comício



 Ontem fui a um comício. Não que eu seja adepto deste ou aquele partido mas como ia aparecer o Tony "rally" Carreira lá me arrastei até a zona com o único propósito de ouvir uma ou outra música desse cantor que sendo tão afamado em Portugal e pelo mundo fora, ainda consegue uma boa publicidade de si mesmo, apesar do mesmo usar constantemente aquela cabeleira no topo da cabeça. Tendo aparecido na suposta hora da actuação do mesmo, quando dei por mim, tive de esperar umas boas horas até o mesmo actuar pois aparentemente ainda havia toda uma comitiva que se iria apresentar antes do cantor/produtor/tocador guitarra afinar a voz usando os tímpanos da plateia como instrumento. Não foi assim tão mau, ate gostei da actuação dele mas agora dos que apareceram antes...a estória já é outra. Primeiro apresentaram todos os candidatos á presidência das Câmaras Madeirenses e qual não foi o meu espanto quando percebi que ainda teria que ouvir 10 marmelos a tagarelar e se auto promover até que chegasse o artista a que me havia proposto ouvir! O comício começou mal, primeiro os coitados dos militantes foram vestidos com camisolas tamanho XXL e tinham que distribuir bandeiras do partido pelo publico (recebi uma pois o pano serve para lavar o carro e a haste serve para segurar flores), de seguida começou a musica que deveria estar no Top madeirense das musicas mais ouvidas (Quem é que não acha que é o... põe a Madeira em marcha...) e até que chegou o momento mais enervante para os candidatos no qual alem terem que expor-se em frente á audiência ainda tinham que dar uma de oradores mesmo não tendo experiência nessa área. Eu até compreendo seja enervante estar perante cerca de 500 pessoas e ter que declamar um discurso muitas vezes feito á pressa mas acho que os mesmos deveriam ter estudado o que iriam dizer pois não houve um que fosse que não gaguejasse perante o pessoal e fiquei com a impressão estavam todos desejando fugir daquele local o mais rápido possível. Uma triste figura foi o que todos fizeram, desde copiar o discurso do primeiro audacioso que lá se aventurou, passando pelo clichê de ter uma equipa pronta para tudo e todos capaz enfrentar tempestades dignas de tsunamis até o cantarolar dos mais desafinados que não se lembrando de algo para nos bombardear optaram por berrar alto e bom som palavras do tipo "viva o partido da cor da Tangerina, olé olé, olé olé (pensei estava num jogo futebol), somos os melhores da Terra, Lisboa não presta, etc., etc. etc. Fiquei pensando no seguinte:

Se estes senhores são incapazes de elaborar um discurso, perante quem os vai ver, como esperam enfrentar os problemas que eventualmente surjam quando estiverem em frente a uma legião de munícipes que os enfrentem na rua quando as coisas ficarem piores do que já estão? A resposta meus caros leitores é simples, e eu captei-a ontem enquanto estava na Praça do Mar com navios a passar. Eles vão dar com o rabo á seringa e nós ficaremos a pensar algo do tipo "outra vez?", já aconteceu antes, e logicamente será a mesma tática que todos os candidatos optarão por elaborar. Quando terminaram surgiu o padrinho Alberto papa-bolos/maldizente Jardim (sem flores na ocasião) com a tática que vem usando desde o 25 Abril e que por tantos anos tem surtido efeito junto das massas eleitorais madeirenses. É que são todos amigos dele, ele é amigo de todos, os madeirenses são todos trabalhadores, lutadores, dignos das mais altas honrarias dentro da ilha e depois a mesma balela que alguns associados já haviam transmitido, os continentais não prestam, os ingleses também não (mas que novidade), a Madeira velha já era, a Madeira nova precisa manter em pé (outra novidade), e o país precisa de gente que não atrapalhe, e para finalizar a musiquinha dos ABBA, com o famoso “quem não acha…Madeira em marcha…” e mais uma vez pensei com meus botões: “alguém ainda acredita nisto?” Mais uma vez respondi a mim mesmo que o “sim” é a resposta mais provável. E depois nós madeirenses pensamos “mas porque raio isto não melhora? De quem é a culpa?”
Ora se formos a verificar que somos nós que votamos em toda esta “Corja” e basicamente estamos a contrata-los por 4 anos para nos representar então a única explicação possível é a de que eles podem ser maus gestores, mas os nabos desta historia toda somos nós que colocamos lá uma cambada de gente que nem um discurso souberam apresentar. Como sempre termino com uma questão: Vamos votar neles? Eu por mim eles voltariam a casa para redigir algo de novo que soasse a música nos meus ouvidos. E por escrever música vou deixar aqui um link com uma das poucas musicas que o Tony Carreira cantou ontem e que me caiu bem no ouvido. Xau pessoal.

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