terça-feira, 15 de outubro de 2013

Burlões - O caso Dona Branca






   Lembram-se do Robin dos bosques? Roubava aos ricos e dava aos pobres!!!! Pois esta roubava a ricos e pobres. Enfim, não há que ser esquisito.Todos admiramos burlões. Podemos não gostar deles, mas verdade é que quando ouvimos falar sobre burlas, aparece sempre um sorriso em nossa face. Quanto maior a burla, maior o sorriso. Foi isso que D. Branca fez. Apesar ser quase analfabeta, e pobre esta mulher de sorriso gozão, com uma capacidade matemática incrível e cheia de carisma, desde cedo soube ganhar dinheiro, fazendo concorrência á banca nacional. Tendo nascido no início do séc XX, Maria Branca dos Santos, ou D branca como era conhecida, aproveitou a miséria existente em Portugal para receber comissões por serviços que elaborava a certos negócios. Numa época em que os bancos emitiam juros a 30% ano, ela emitia a 10% por mês, o que fez muita gente a trocar os bancos pelo escritório da mulherzinha. Foi preciso os bancos chorarem junto do banco de Portugal para alguém se mexer e começar a investigar. O declínio da actividade surgiu quando ela sofreu na pele aquilo que os bancos mais temem - o fechar das contas. Mas como é que ela conseguia dinheiro para sustentar o que viria a ser um negocio milionário? Esquema Pirâmide. O esquema que ainda hoje existe e leva muito boa gente a desbaratar as economias, foi o modo escolhido pela banqueira do povo para conseguir dinheiro dos incautos e aplicar em contas de outros incautos. Com a publicidade gerada pelo jornal "Tal e Qual" em 1983, a actividade da mulher subiu tanto que teve de abrir escritórios pelo país fora tendo inclusive recebido economias vindas do estrangeiro. Quando o caso deu para o torto, todos vieram a publico dizer que a situação era insustentavel, ela não possuia os conhecimentos técnico-contabilísticos para a actividade, etc. Foi preciso um ano inteiro para o tribunal ouvir testemunhas, estudar provas, emitir decisões e no final enfiar a mulher na cadeia por uma actividade praticamente idêntica ao que os bancos fazem hoje em dia. E o mais engraçado é que os bancos tinham sua actividade com maquinas calcular avançadas, e ela usava um caderno quadriculado e uma calculadora bolso. Quando foi presa muitos dos associados puderam-se a andar com uma parte do dinheiro e ela acabou na cadeia das Mónicas. condenada por praticas burla, e mais meia dúzia de crimes. Morreu num lar quase cega e quando  investigaram a mesa cabeceira encontraram três testamentos, o que em principio indica mais uma trapaça da velhota junto de outros crédulos
   

Sem comentários:

Enviar um comentário