quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Soldados - Espartaco - ultima parte


Esta é uma analise da historia perpetrada por Espartaco.




Antes de mais, Espartaco não comandava sozinho os revoltosos. O numero comandantes eram cerca de 5, não sabemos qual a organização do grupo, mas o mais provável é cada um tem suas regras e comandantes e seguiam em grupo nas batalhas. Mas comecemos pelo inicio.

Depois de um embate violento entre os escravos e os guardas na escola em Cápua, o comandante de Cápua subestimou os revoltosos que haviam conseguido fugir. Pensando que não eram mais que simples escravos desarmados, o comandante da escola enviou um grupo mal preparado ao encalço dos fugitivos, mas não teve nem em consideração o facto de estarem a chegar armas a escola, armas que foram capturadas pelos rebeldes, nem o facto dos soldados enviados na captura estarem mal preparados para o que se seguiria. Isto foi acima de tudo um exemplo de subestimação pelo facto dos adversários serem considerados como inaptos à sobrevivência por seus próprios meios. 
O envio de Caio Cabro também não foi melhor. Tanto quanto sabemos Cabro tinha pouca ou nenhuma experiênçia militar e a não fortificação do acampamento junto ao monte Vesúvio demonstrou não só desleixo de sua parte como desprezo pela inteligência de Espartaco e aliados.
Publio Varino, não teve sucesso pois julgando os revoltosos estarem esfomeados, não pensou os mesmos se armariam com as armas capturadas das batalhas anteriores. Não teve em consideração a experiência militar de alguns antigos gladiadores, nem o facto de já muitos escravos se aliarem ao grupo.
A ida para norte para atravessar os Alpes, seria um acto se revelaria mais complicado que os ex-gladiadores haviam pensado. Se Anibal Barca mais competente e melhor equipado teve dificuldades em atravessar os Alpes no sentido Norte- Sul lógico que Espartaco e seus aliados teriam dificuldades em seguir um rumo totalmente desconhecido para os mesmos e sem as provisões necessárias para uma jornada daquelas. Rumar de volta a sul apenas trouxe mais saques ao grupo e não mudou em nada a situação de perseguidos a que haviam se habituado. Quando Roma enviou Lucio Publicola e Lentulo contra Espartaco, estes poderiam ter alcançado a vitória, pois o grupo escravos havia se dividido e pereceram cerca de 20 000 escravos ás mãos de Lucio. Não fosse a impaciência de Roma, com todas as intrigas próprias do senado, decerto Espartaco seria derrotado pelos dois cônsules, mas o surgimento de Crasso na cena política, com subornos e apoios de momento levou Roma a atacar Espartaco de forma errada e a entregar o comando de legiões a um politico/empresário sem formação militar alguma. Se Mumio tivesse seguido à risca as ordens de Crasso e não entrasse em batalha, seus soldados não teriam desertado e não haveria razão para a dizimação que o mesmo praticou em cerca de 50 soldados. Depois desta pratica nenhum acto de cobardia ou desobedecer as ordens se repetiu e Crasso aos poucos alcançou a vitoria. Espartaco pereceu em combate, e depois desta revolta mais nenhuma ressurgiu, pois era preferível viver sob escravidão e ter alimentação todos os dias do que andar a fome e morrer por um ideal que se revelara impossível de alcançar.  As consequências da revolta tiveram um efeito moralmente baixo para os escravos e economia em geral, a mão de obra escrava era olhada com desconfiança por toda a classe empregadora e embora algumas leis mudassem ao longo dos anos a favor de escravos, não foram resultado directo das acções de Espartaco. Quando o imperador Cláudio mudou a lei indicando que um escravo não deveria ser sujeito a maus tratos e morte arbitraria, já haviam passado mais de 100 anos, e por isso não se pode considerar como as acções de Espartaco tivessem influencia directa sobre essas decisões. Espartaco não viveu livre pois morreu perseguido por uma potencia que não tinha consideração alguma pela raça humana. É lembrado mais como um herói nos dias de hoje do que seria a 500 anos atrás, época de escravatura em toda Europa. 
Já foram feitos alguns filmes sobre este personagem, poucos se inclinam para a realidade e o mais conhecido de todos, de Stanley Kubrick inclui personagens que nem existiram . A presença da esposa na versão cinematográfica aconteceu depois do personagem entrar na escola, na vida real eles teriam casado ele ainda seria livre, no filme a mesma sofreu maus tratos sendo a razão principal para a revolta mas é pouco provável tal acontecesse  pois historiadores indicam que os maus tratos eram infligidos aos gladiadores em geral, é pouco provável as escravas sendo um meio de adquirir novos escravos através da procriação fossem maltratadas, e caso Espartaco tivesse casado antes de ser gladiador, não acredito o mesmo voltasse a ver a esposa depois de vendido. As batalhas foram filmadas de modo banal, e é pouco provável o personagem se envolvesse em combate num campo aberto onde sofreria uma derrota mais que certa.


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