terça-feira, 22 de outubro de 2013

Soldados - Eduardo Plantageneta

  

Lembram do filme Braveheart? o rei inglês? o nome dele era Eduardo Plantageneta, (18 Junho 1239 a 07 Julho 1307) também conhecido por pernas longas, nome que não é de estranhar pois quando seu cadáver foi analisado no séc. XIX a real sociedade de Londres confirmou que este monarca tinha 1,85 mts, o que se é alto agora, tinha destaque considerável na idade media onde a altura rondava 1,60 mts. Eduardo era filho de Henrique III, homem diplomático, mas essa diplomacia não se transmitiu nos genes e com cerca de 25 anos foi aos aposentos da torre onde residia, vestiu a armadura, pegou na espada, montou num cavalo e partiu em direcção a um tal de Simão, derrotando um dos rebeldes mais poderosos de Inglaterra, o que já mostra que "Eddy" não estava ali para brincadeiras. Se a sua fama de brutalidade era real, convém não esquecer que não foi diferente de outros monarcas europeus, apenas assegurou aquilo a que tinha direito junto das terras inglesas. Mas o homem não se ficou por ai. Numa época em que a espada era a lei, "Eddy" dirigiu-se à terra santa para combater nas cruzadas por 4 longos anos. Se o seu pai esperava casá-lo com alguma princesa por razoes politicas, o mesmo desiludiu-se pois Eduardo casou com a princesa Leonor de Castela por amor. O casamento até não foi mau, ela acompanhou-o em muitas missões, parece que virou santa, e Eduardo que não era muito virado para a religião, lá conseguiu aturar a mulher que lhe deu nada mais, nada menos que...16 filhos. E se acham isso muito ele ainda teve força para mais três depois de Leonor morrer. Dez anos depois de ser coroado rei os galeses revoltaram-se contra a presença inglesa a oeste de Inglaterra, e Eduardo fez o que sabia de melhor. Vestiu a armadura, pegou na espada, foi aos estábulos montou no cavalo, e rumou ao pôr do Sol. Enfrentando príncipes, soldados, e arqueiros galeses que eram os melhores da Europa, deu porrada nuns, matou outros e sentou a mesa com os restantes. Uma das condições para haver paz era a exigência dos galeses para os ingleses saírem. Subornando-os o rei conseguiu convencê-los a continuarem vassalos. Outra exigência era que os Galeses não forneceriam soldados, o monarca conseguiu lhe fossem entregues somente arqueiros quando ele assim o entendesse, olhando uns para os outros os galeses questionaram-se: "porque não?" finalmente exigiram ele nomeasse um rei que não falasse inglês, francês ou castelhano, isto porque Eduardo tinha laços família com toda aquela ralé. Durante a reunião o monarca inglês perguntou se os galeses juravam perante ele que sendo dado um rei não se revoltariam ao que todos juraram de pés juntos. Pensando que Eduardo iria apontar para algum dos marmanjos sentados na sala e assim entregaria o trono a algum galês, o pessoal ficou estupefactos ao vê-lo levantar da mesa de reunião e se retirar para os aposentos lá na tal torre famosa. Quando alguns esfregavam as mãos de contentes viram aquele homem alto trazer no colo um...bebé dizendo algo parecido com:

 "Eis aqui o vosso rei, ainda é Príncipe mas com a idade...ele chega lá".
 Eduardo II tinha nascido algumas semanas antes, ainda não sabia falar e lá os galeses olhando uns para os outros tiveram de aceitar o Príncipe de Gales que por sua vez continuou adicionando o principado de Gales ao título de herdeiro da coroa britânica até os dias de hoje mantendo-se ambos os títulos numa única pessoa. Se pensou que o cargo de rei estava assegurado por mais uma geração enganou-se. O filho de Eduardo além de incompetente era homossexual, não ligava para a futura esposa, pouca atenção dava à politica do pais, e preocupava-se mais em satisfazer o amante, o que provocou o assassinato dos dois pela nora de Eduardo e o amante desta isto depois de Eduardo já ter falecido. Desiludido Eduardo virou-se para a Escócia onde depois de ser arbitro por uns tempos, acabou dando o cargo de rei a um incompetente. Arrependido envergonhou-o em publico, prendeu-o, vestiu a armadura, pegou na espada, montou noutro cavalo, invadiu a Escócia, degolou populações inteiras pediu desculpa, e voltou a invadir as Highlands para meter meia dúzia de arruaceiro na ordem. Depois de atacar William Wallace e companhia em Falkirk,  e deixar o rebelde escapar por entre os dedos o rei teve paz por algum tempo, mas isso não foi sol de muita dura pois Wallace voltou do estrangeiro e a porrada recomeçou. O monarca percebendo que seria preferível usar a inteligência lá seguiu o conselho de seu pai já falecido e optou pela intriga levando a traição de Wallace que foi executado. Quando tudo parecia resolvido a norte apareceu outro zaragateiro. Desta vez foi Robert de Bruce, que nunca se decidira em que lado lutar, de manhã preferia os ingleses, à tarde os escoceses e à noite preferia o leito nupcial. Tinha origens nobres o que ajudava sua pretensão ao trono. Farto de toda aquela cena, Eduardo colocou outra vez  a maldita coroa na cabeça, subiu ao alto da torre onde dormia, berrou pelo ajudante para ajudar a vestir a armadura, dirigiu-se de novo aos estábulos, agarrou noutro cavalo desta vez mais novo e apesar dos 68 anos lá avançou para norte com o cabelo branco a esvoaçar ao vento e já sem dentes na boca, de encontro ao vira casacas que trocara de lado tantas vezes quantas vezes o vento vem do mar ou da serra. Pelo caminho sua saúde já frágil deteriorou-se e morreu. Acabou jogado numa sepultura de mármore preto na abadia de Westminster.

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