Sem peido não há quem passe A criança quando nasce Tanto peida como chora Um peido ao romper da aurora Eu não troco por ninguém Há noites que eu solto cem Peidos grandes e pequenos Já conheço mais ou menos O valor que o peido tem Um velho já moribundo Nas agonias da morte Soltou um peido tão forte Que se ouviu no outro mundo O peido gritou no fundo Que só apito de trem O velho sentiu-se bem Levantou-se no outro dia Dizendo a quem não sabia O valor que o peido tem Pela porta do bufante Para não morrer de volvo Diariamente eu devolvo peido grande a todo instante O sujeito ignorante Não me compreende bem Fecha a porta do "sedem" Deixa o peido apodrecer Esse morre sem saber O valor que o peido tem Um peido silencioso Por baixo de um cobertor É tão grande o seu valor Que descrevê-lo é custoso Cheira mais que o mais cheiroso Vale de Jerusalém As roseiras de Siquem As savanas do Saara Nada disso se compara O valor que o peido tem Ofende muito a pressão peido grande encarcerado Deixa o corpo aliviado Depois que sai da prisão As veias do coração Controlam-se muito bem Sente o coração também Uma alegria sem par Ninguém sabe calcular O valor que o peido tem Uma dor que faz mudar A cadencia dos ouvidos São os peidos recolhidos Que você não quis soltar Não vá se... prejudicar Em respeito a seu ninguém O velho Matusalém Quase mil anos viveu Porque toda vida deu O valor que o peido tem Um negro foi se casar Ou se casava ou morria Peidou tanto neste dia Quase derruba o altar A noiva foi reclamar Findou peidando também O padre disse meu bem Ninguém dar mais do que eu O valor que o peido tem Peido azedo de água soda Fede a casca de limão E de jabá com feijão Passa folgado na "roda" Peido nenhum se encomoda Com censuras de ninguém Presta um favor quando vem Aliviar quem padece É quando a gente conhece O valor que o peido tem Peido fedendo a chulé Num samba de madrugada Sai com tanta misturada Que ninguém sabe o que é Mais um peido de Pelé Jogador que vive bem Passa veloz no vintém Não há goleiro que pegue Nenhum bom juiz que negue O valor que o peido tem Que prazer eu não teria Se um peido se apresentasse Bem fedorento e peidasse Deixando a fotografia Mas o peido não confia Nos olhos de seu ninguém São mistérios do além Não posso compreender Mas vale a pena saber O valor que o peido tem Um peido em pleno verão Cheirando a cú de veado "Tava" sendo arrematado Numa festa de leilão Quando chegou num milhão Não quis mais gritar ninguém Naquilo o prefeito vem Dizendo a honra me cabe Minha prefeitura sabe O valor que o peido tem Dizia o velho Abranhão Para seu neto Isau O peido agradece ao cú Depois que sai da prisão, Peidava um tal de Sansão Pelado, e cego de guia Temendo a onda bravia Moisés peidou no oceano E o papa no Vaticano Só peida uma vez por dia Alguém disse que Jacó Quando casou com Raquel Passou a lua de mel Peidando de fazer dó Esse parente de ló Era genro de Labão, Davi, pai de Salomão Poeta, Rei e pastor Peidava fazendo amor Na cama fria do chão. O homem velho esmorece Assim que a noite aparece Se deita e faz uma prece Lá num canto da parede, Meia noite se levanta Com secura na garganta Pega um caneco de "frande" Vai ao pote mata a sede Solta quatro peido grande Volta cegado prá rede. Peido fino é safadeza Peido alto é cretinice Peido suave é meiguice Peido baixo o é sutileza Silencioso é firmeza Peido brando indica paz O grosso é dos anormais Sempre indica frouxidão Mas chegando a perfeição O homem não peida mais." |
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sábado, 12 de outubro de 2013
O valor que o peido tem
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